Depois de anos de sucesso da estética de conteúdos de alto nível em edição e produção dominando as redes sociais, vemos hoje o público demonstrando maior interesse por conteúdos mais naturais e menos ensaiados. E com essa dinâmica, vemos a ascensão de conteúdos categorizados como “conteúdo lo-fi”.
Além da saturação de conteúdo do tipo “anúncio” nas redes sociais, refletindo um esgotamento do modelo tradicional de venda. Com a hiperexposição as propagandas e abordagens comerciais repetitivas, os consumidores desenvolveram um tipo de “cegueira de anúncios”, ignorando ou evitando esse tipo de conteúdo.
O futuro do marketing digital não é na resistência comercial, com campanhas “hipereditadas” e estéticas pasteurizadas, mas sim na relevância e na experiência proporcionada ao consumidor.
E para desenvolver como o conteúdo lo-fi tem se tornado a principal tendência iremos abordar o assunto através dos tópicos:
- O que é conteúdo lo-fi?
- Como isso está mudando o marketing de influência?
- Benefícios e riscos do conteúdo lo-fi
- Como criar conteúdos lo-fi de forma estratégica?
Tenha ótimos insights com a leitura!

O que é conteúdo lo-fi?
O termo foi pego emprestado do estilo musical “lo-fi”. Uma abreviação para “baixa fidelidade”, lo-fi se refere à produção que inclui imperfeições intencionais, seja uma nota mal tocada ou uma gravação de baixa qualidade.
Nas mídias sociais, no entanto, o conteúdo lo-fi se refere a fotos ou vídeos curtos com qualidade DIY e pouca ou nenhuma edição.
O conteúdo Lo-Fi surge como uma alternativa ao modelo altamente produzido e polido dos influenciadores e marcas, oferecendo uma abordagem mais espontânea, privilegiada e acessível.
Esse formato é caracterizado por vídeos gravados com o celular, sem edições sofisticadas ou roteiros rígidos, valorizando a espontaneidade e a conexão genuína. Ele se destaca, especialmente, por driblar a fadiga causada pelo excesso de filtros, efeitos e storyselling, trazendo uma comunicação mais humana e confiável.
O que está impulsionando a mudança para conteúdo lo-fi?
Hoje público busca valor e identificação nas marcas, e não apenas ofertas ou chamadas para ação direta. O excesso de conteúdo promocional reduz o engajamento e enfraquece a conexão com a audiência.
Para se destacar, as marcas precisam adotar estratégias baseadas em conteúdo relacional e narrativas envolventes, onde a venda é consequência da construção de autoridade, confiança e conexão genuína com as pessoas.
Para marcas e criadores, investir no lo-fi reduz significativamente as barreiras de produção, aumenta a frequência de postagens e cria um vínculo mais autêntico com a audiência. Não se trata apenas de estética, mas de uma nova forma de se comunicar: mais próxima, menos ensaiada e muito mais conectada com a realidade das pessoas.
Como isso está mudando o marketing de influência?
O marketing de influência está passando por uma transformação significativa. A era dos vídeos ultra-roteirizados está dando lugar a uma comunicação mais espontânea, autêntica e cotidiana.
Essa mudança não é apenas estética, mas reflete uma demanda crescente por conteúdos que parecem mais reais e menos publicitários. Segundo dados do The Drum, as buscas por microinfluenciadores aumentaram 105%, pois as marcas buscam aumentar seus investimentos nesses tipos de criadores.
O público passou a valorizar criadores que mostram bastidores, erros e momentos do dia a dia sem grandes edições ou produções. O foco agora está na conexão e identificação, e não apenas na estética impecável.
Para as marcas, isso significa pensar em co-criação e não entrega de briefing fechado. Em vez de buscar apenas influenciadores com números gigantes e conteúdos extremamente formatados, a busca deve ser em como se comunicar de forma mais orgânica e próxima do público.
O marketing de influência, então, se torna menos sobre consumo e mais sobre comunidade.
Benefícios e riscos do conteúdo lo-fi
O conteúdo Lo-Fi tem ganhado espaço no marketing digital por sua abordagem mais aberta e acessível, mas como qualquer estratégia, traz vantagens e desafios.
Benefícios
- Autenticidade e proximidade – O conteúdo lo-fi cria uma conexão mais humana com o público, transmitindo naturalidade e eliminando a sensação de comunicação artificial ou forçada;
- Baixo custo de produção – Ao dispensar grandes produções e equipamentos caros, permite que marcas e influenciadores criem conteúdos de forma rápida e econômica;
- Maior engajamento – A simplicidade e a estética menos polida fazem com que o público se sinta mais confortável para interagir, comentar e compartilhar;
- Rapidez na criação e publicação – Como não há necessidade de edição complexa, os conteúdos são criados e postados com agilidade, permitindo acompanhar tendências em tempo real;
- Quebra da publicidade tradicional – Ao se distanciar dos padrões de anúncios convencionais, o lo-fi se torna menos intrusivo, fazendo com que a comunicação pareça mais natural e menos comercial.
Riscos
- Percepção de falta de profissionalismo – Para alguns públicos, um conteúdo mais “simples” pode transmitir descuido ou falta de qualidade, especialmente em setores mais formais ou de luxo;
- Falsa Autenticidade – À medida que mais marcas adotam essa abordagem, há o risco de o formato perder sua essência e se tornar apenas uma nova tendência explorada em excesso.
Como criar conteúdos lo-fi de forma estratégica?
Assim como a música lo-fi usa uma abordagem analógica, faça você mesmo, para criar uma identidade realista. Criar conteúdo lo-fi não significa simplesmente gravar qualquer coisa de forma despreparada.
Apesar da estética mais espontânea, é essencial que a comunicação tenha propósito e coerência com a identidade da marca.
- Defina um objetivo claro: O conteúdo precisa estar alinhado com a narrativa da marca e ter uma função estratégica;
- Filmagem bruta e com pouca edição: A ideia é criar um material que pareça casual, mas que ainda seja agradável de assistir;
- Pessoas reais e situações cotidianas: O Lo-Fi se destaca quando cria identificação;
- Priorize conteúdos curtos e dinâmicos: Conteúdos Lo-Fi funcionam melhor quando são diretos e rápidos. Vídeos curtos tendem a ter melhor desempenho.
Criar conteúdo Lo-Fi vai além de apenas gravar vídeos despretensiosos. O formato precisa ser autêntico, mas sem perder de vista os objetivos estratégicos da marca. Quando bem aplicado, se torna uma ferramenta para aproximar marcas e consumidores.
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O futuro da criação de conteúdo
O crescimento do conteúdo Lo-Fi não é apenas uma tendência passageira, mas um reflexo de mudanças profundas no comportamento do consumidor. O público, saturado de rotinas que não condizem com a realidade.
A aversão a mensagens publicitárias previsíveis se traduz em uma busca por criadores mais autênticos e honestos. O desejo de se ver representado, mesmo em conteúdos de influenciadores, é a realidade das redes sociais em 2025.
Essa transição sinaliza um novo paradigma na comunicação digital: menos sobre desempenho e mais verdade, menos sobre estética impecável e mais sobre identificação.
A simplicidade do lo-fi não significa ausência de estratégia – ao contrário, exige um entendimento profundo da marca, da audiência e das dinâmicas sociais que moldam o consumo de conteúdo.
Conclusão
A humanização do marketing não é apenas um conceito abstrato, mas uma necessidade para marcas que desejam se manter relevantes. O futuro pertence a quem conseguir equilibrar estratégia comercial e narrativa simbólica, criando ações e campanhas envolventes sem perder de vista os objetivos comerciais, a identidade e os valores.
Ao adotar o lo-fi de forma estratégica, as marcas não apenas acompanham uma nova estética digital, mas constroem um modelo de comunicação mais humano, participativo e significativo — onde cada interação é uma oportunidade de fortalecer laços e gerar valor real.