quadro pessoas dando as mãos com o céu ao fundo

H2H: Nova comunicação, identidade e formas de humanização das marcas, agora com um olhar sociocultural

Pensar consumidores, sem destacar que são antes de consumir, eles são pessoas, com suas complexidades, desejos e histórias é como caminhar sem destino. Isso é a base do H2H.

Onde estaria o referencial senão no desejo humano por algo? Seja ele material, emocional ou sensorial.

A comunicação não é só um canal; é uma ferramenta, uma extensão da identidade e da personalidade de quem a cria e de quem a recebe. Um dos aspectos que nos tornam HUMANOS.

Vamos aos tópicos do texto:

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O que é H2H ou Human to Human?

É uma sigla que diz respeito a uma nova abordagem com os consumidores, focada no relacionamento entre as pessoas. 

Para compreender o conceito de Human to Human (H2H), é essencial analisá-lo dentro do contexto das abordagens tradicionais já consolidadas no mundo dos negócios.

Historicamente, a comunicação empresarial se estruturou em dois grandes modelos: o B2C (Business to Consumer), que parte de uma empresa voltada diretamente ao consumidor final, e o B2B (Business to Business), que abrange transações e estratégias entre empresas.

Com o tempo, essas dinâmicas evoluíram para o B2H (Business to Human), um reflexo da crescente conscientização das empresas sobre a importância de enxergar o consumidor para além do papel de comprador, mas como um indivíduo complexo, com subjetividades, valores e necessidades sociais. 

Essa mudança também acompanha um movimento onde os consumidores se tornaram mais ativos, participativos e críticos, exigindo que as marcas não apenas comuniquem, mas escutem, dialoguem e se posicionem de maneira autêntica.

Antes consumidores, agora pessoas que consomem

Quando falamos de “marcas para humanos”, estamos enfatizando, e relembrando, que as marcas não são mais entidades abstratas; elas são construídas para interagir com indivíduos, reconhecendo suas necessidades, aspirações e, acima de tudo, sua humanidade.

A ideia de “H2H” reforça essa visão, destacando que por trás de cada mensagem ou produto, existem pessoas. 

São pessoas que criam, desenvolvem e executam, e é para outras pessoas que essas criações são direcionadas. Essa interconexão é fundamental para estabelecer o papel da comunicação como ferramenta de expressão e representação.

Empresas que conseguem se conectar profundamente com seus públicos são aquelas que compreendem que “por trás de todo consumidor existe uma pessoa”. Pois se lembre: Sem identificação, não existe conexão.

A Era do H2H

A conexão emocional com marcas não acontece por acaso. Ela é um reflexo direto da maneira como essas marcas são interpretadas, refletidas e até mesmo antecipadas quanto às necessidades e aspirações humanas

O branding, quando bem executado, não é apenas uma estratégia comercial, mas sim uma característica sociológica.

O H2H deve substituir as demais abordagens de comunicação. Segundo o professor doutor, Marcos Bedendo, “o foco está no consumidor: como ele se envolve com as marcas, qual o papel dessas marcas em sua vida e como criar conexões autênticas com ele e com suas comunidades.” 

A comunicação como pilar da identidade social

No campo da sociologia, a comunicação é vista como um pilar na construção da identidade social.

Nossa percepção do mundo, nossas interações e, consequentemente, nossas identidades, são moldadas e reforçadas pelo que comunicamos e como recebemos essa comunicação.

A comunicação estratégica, portanto, deve ir além do simples ato de transmitir uma mensagem; ela deve refletir e dialogar com as construções sociais e identitárias dos indivíduos. Possibilitando que marcas e produtos atuem como meios estratégicos de representação e expressão de mensagens.

Responsáveis por facilitar a expressão de nossa identidade, as marcas colaboram com o desenvolvimento de nossas identidades, por meio do consumo de itens que nos oferecem a possibilidade de pertencimento. 

As identidades são moldadas por experiências sociais, e por isso as marcas precisam ser sensíveis a essas influências, criando espaços de interação autênticos e significativos.

A Explosão das comunidades e o novo papel das marcas

Diante desse cenário, não é de surpreender que as comunidades ao redor das marcas tenham se tornado um dos aspectos mais marcantes da comunicação contemporânea.

Esses grupos não são apenas consumidores de um produto ou serviço, mas participantes ativos da narrativa da marca, contribuindo para a construção de significados compartilhados e reforçando laços emocionais.

As redes sociais amplificam essa dinâmica, transformando o consumo em um ato coletivo e inserindo as marcas em um contexto onde a modernidade e a transparência são criteriosas, não diferenciais.

Marcas que entendem essa nova realidade não apenas falam com seu público, mas escutam, dialogam e co-criam com ele. O poder, antes centralizado na comunicação unilateral das empresas, agora é distribuído.

Comunicação H2H um reflexo dos nossos tempos

Empresas não são formadas por paredes e muito menos por computadores; são compostas por pessoas, com suas complexidades e subjetividades. Essas pessoas trazem suas vivências, culturas e perspectivas, que são refletidas nas interações que constroem uma narrativa.

Quando essa entidade compreende a comunicação como uma ferramenta sociocultural, ela deixa de ser apenas um emissor de mensagens e se torna um participante ativo na construção de identidade e comunidade.

Branding como sociologia aplicada

Por isso, branding não é só método, é filosofia de gestão, e quando bem feito, vai além do marketing: ele se torna uma forma de sociologia aplicada, explorando como as narrativas, símbolos e práticas culturais se interconectam para formar vínculos entre as marcas e as pessoas.

Isso significa que as empresas que desejam se destacar no cenário atual precisam ir além do marketing tradicional e incorporar uma abordagem mais humanizada e culturalmente sensível.

Em última análise, a comunicação eficaz no branding é aquela que reconhece a complexidade humana, criando experiências que ressoam no interior da identidade e personalidade de cada indivíduo.

Conclusão

Uma comunicação eficaz no branding é aquela que confirma a complexidade e a subjetividade humana. Ela não trata indivíduos apenas como alvos de campanhas, mas como seres sociais, emocionais e simbólicos.

Empresas que fazem isso constroem marcas que não apenas vendem produtos, mas ocupam um espaço legítimo na vida das pessoas. Eles criam experiências que dialogam com identidades, geram pertencimento e fortalecem conexões reais.
Em um mundo saturado de informações e opções de consumo, a diferenciação não é apenas na oferta, mas na capacidade de uma marca se tornar relevante, significativa e, acima de tudo, humana.

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